Animateur Amateur, Edifício Artes em Partes, Oporto
Animateur Amateur
in Transit #7
curated by Paulo Mendes
September 13 > 20, 2003
Edifício Artes em Partes
Oporto, Portugal
exhibited works:
miguel soaresPortugal |
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Animateur Amateur, Edifício Artes em Partes, Oporto2003.Sep
Animateur Amateur September 13 > 20, 2003 exhibited works: Time Zones, Galeria Graça Brandão, Oporto2003.May
Time Zones May 10, June 14, 2003 exhibited works: 50 Fotógrafos portugueses dos anos 50 à actualidade, Museu de Serralves, Oporto2002.Nov
50 Fotógrafos portugueses dos anos 50 à actualidade November, 2002 Lost in Music, Largo do Chão do Loureiro 7, 1º, Lisbon2002.Oct
Lost in Music Largo do Chão do Loureiro 7, 1º exhibited works: Psi 2, 1996 Under surveillance / Sob Vigilância, Fábrica da Pólvora, Barcarena2002.Sep
Under surveillance / Sob Vigilância September 28 > October 06, 2002 exhibited works: Expecting to Fly Cinevideo X, Espaço Gingal, Cacilhas2002.Sep
Cinevideo X September 2002 exhibited works: dolo/URL Leilão, Galeria João Graça, Lisbon, Portugal2002.Jun
Leilão June 22 < July 20, 2002 exhibited work: SpaceJunk prints from series 2 migso 002 (solo exhibition), Galeria Monumental, Lisbon2002.May
migso_002 May 04 > 25, 2002 exhibited works:
. migso_002 is my first audio cd and also the name of my 2002 solo exhibition in Galeria Monumental, in Lisbon. Leilão, Galeria João Graça, Lisbon2002.Mar
Leilão March 09 > April 27, 2002 Sete artistas ao 11º mês, Artemosferas, Oporto2001.Nov
Sete artistas ao 11º mês November 10 > December 29, 2001 exhibited works: SpaceJunk beta 1.0 The First Step, Armazéns da Palmeira, Évora2001.Oct
The First Step – O Primeiro Passo October 27 > December 16, 2001 exhibited works: SpaceJunk beta 1.0 1000 Plateaux, Experimenta Design 2001, Lisbon2001.Sep
1000 Plateaux September 19 < October 27, 2001 exhibited works:
SpaceJunk, Sala do Veado, Museu Nacional de História Natural, Lisbon2001.Jul
SpaceJunk July 22 > September 12, 2001 exhibited works: Fictional Buzzing, Artemosferas, Oporto2001.Jun
Tags: Bienal da Maia – Urbanlab, Antiga Fábrica FIMAI, Maia, Portugal (curated by Paulo Mendes)2001.Jun
Bienal da Maia – Urbanlab June 8 > July 15, 2001 exhibited works:
SlowMotion, ESTGAD, Caldas da Rainha2001.May
SlowMotion May 28 > June 9, 2001 exhibited works:
Miguel Soares (1970) estudou Design de Equipamento na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, entre 1989 e 1995. Paralelamente, entre 1989 e 1991, frequentou o curso de fotografia da escola Ar.Co, em Lisboa. Encontramos um exemplo claro daquela dupla vinculação logo na série de oito dípticos fotográficos que o artista reuniu na sua segunda exposição individual (”Miguel Soares 1992″, Galeria Monumental, Lisboa, 1992): em cada um destes dípticos, a imagem a cores do interior de uma habitação dos anos 60, mobilada e equipada segundo arquétipos datados de funcionalidade, conforto e apuro estético, surgia justaposta à imagem em tom sépia de um veículo futurista dos anos 50 e 60 (automóvel, hélice, avião, nave espacial), símbolo do desejo eufórico e das crescentes possibilidades de mobilidade no território e de conquista do espaço. Pouco tempo depois, a referência directa ao design de equipamento deslocou-se do interior do plano da imagem fotográfica para a exterioridade material das próprias obras. Corresponde a esta fase um conjunto de esculturas com aparência e funcionalidade de mobiliário (estantes, aparadores, arquivo, cama, móvel de televisor), que incorporavam uma caixa de luz com a fotografia de uma paisagem terrestre sobrevoada por um ovni (”Miguel Soares 1994″, Galeria Monumental, 1994). Podendo ser entendidas ao mesmo tempo como móveis e como esculturas (evocativas da tradição minimalista), como objectos utilitários e como obras de arte, essas peças concretizavam, sem alarido e com eficácia, a inserção da arte na vida quotidiana. Eram também uma proposta irónica de evasão à dimensão utilitária dos objectos e às rotinas do quotidiano através de um imaginário de ficção científica. Os exemplos avançados indiciam uma terceira característica do trabalho de Miguel Soares, que se manteve em grande evidência até hoje: o fascínio pelas utopias futuristas, as inovações tecnológicas e o universo iconográfico da ficção científica. Podemos ser colocados perante a crença nas virtudes emancipadoras do progresso tecnológico, como nas fotografias de cunho retro-futurista atrás descritas, ou os efeitos destrutivos e incontrolados desse mesmo progresso, como em SpaceJunk, animação em três dimensões transferida para vídeo e para imagens sobre papel, actualmente em preparação. Todavia, é sempre pelo lado da imagem e do imaginário que aquele fascínio se declara, indiferente a discursos de apologia ou crítica das sociedades contemporâneas. A partir de 1995, a fotografia como técnica e o design de equipamento como campo de referências perderam centralidade, mas não foram completamente abandonados, na obra de Miguel Soares. As convenções do design ressurgem mesmo, com renovada eficácia, em trabalhos posteriores. É exemplo Celulight, série de candeeiros construídos a partir da reciclagem de embalagens de telemóveis, com que o artista retomou o questionamento anterior acerca da identidade e do estatuto de obras de arte que existem, simultaneamente, como objectos utilitários (”Design Inserts”, “Experimenta Design”, Gare Marítima de Alcântara, Lisboa, 1999). Parte significativa da sua actividade, desde meados dos anos 90, tomou a forma de esculturas e instalações, com forte carácter interactivo, que representam personagens, ambientes, situações e objectos pertencentes a hipotéticos mundos de ficção científica. Estas obras simulam com frequência realidades “high tech” a partir de materiais e dispositivos tecnológicos muito simples, fazendo conviver uma estranheza do ponto de vista formal com um sentido de verosimilhança e plausibilidade na recriação de universos de ficção científica. Esses materiais e dispositivos incluem, por exemplo, lâmpadas, sensores psicadélicos, detectores de movimento, chapas zincadas, relva plástica, espelhos de acrílico, altifalantes, antenas parabólicas, ou um ponteiro laser. Vejamos alguns exemplos. Vr trooper (1996) mostra, dentro de uma cápsula cilíndrica que irrompe pelo chão, um extra-terrestre ou robot, iluminado por uma luz vermelha, que responde ao som ambiente efectuando movimentos circulares sobre si próprio (”Greenhouse Display”, Estufa Fria, Lisboa, 1996; “Miguel Soares 1990-1996″, Edifício da Associação Nacional de Jovens Empresários, Faro, 1996; e “321m2″, Círculo de Artes Plásticas de Coimbra, 2001). Em Heaven’s Gate (1997), instalação inspirada no suicídio colectivo dos membros de uma seita religiosa por ocasião da passagem de um cometa, vários corpos cobertos por tecido roxo e estendidos sobre prateleiras, de tempos a tempos varridos pelo sopro de ventoinhas, supostamente a dormir ou mortos, realizam uma viagem em direcção a outro mundo (”Jamba”, Sala do Veado, Museu de História Natural, Lisboa, 1997; “ARCO 98″, Madrid, 1998; e “321m2″). Beep (1998) representa um disco voador, uma sonda ou um posto de observação, que reage aos sons que produz e aos que capta à sua volta com efeitos luminosos e um movimento circular de reconhecimento do espaço em redor (”Observatório”, Canal Isabel II, Madrid, 1998). Exemplo derradeiro, entre outros possíveis, é Gustavo (1999), um saco amarelo cheio de lixo que emite um feixe luminoso de cor vermelha, enquanto realiza um movimento, deixando inscrito na parede o desenho desse movimento (”Espaço 1999″, Sala do Veado, 1999; e “Miguel Soares 2000″, Galeria Monumental, 2000). É neste período que Miguel Soares começa a usar o vídeo como meio de projecção de imagens animadas, nuns casos retiradas a jogos de computador, noutros casos criadas em três dimensões a partir de elementos gráficos disponíveis na internet. Com essas peças, o imaginário de ficção científica tão característico da sua obra abriu-se ao universo dos jogos de computador e ao dos desenhos animados futuristas. Em algumas obras recentes, o artista documenta de modo “voyeurista”, e desvia poeticamente, situações reais violentas que ele próprio filmou. Umas e outras diversificam as estratégias de apropriação que, no início, se exerciam sobretudo no domínio da fotografia, tendo passado a incidir sobre imagens e sons de jogos de computador, elementos gráficos da internet e músicas de diferentes estilos. Miguel Soares é, entre os artistas da sua geração, um dos que expôs mais cedo a título individual e que conta no seu currículo com maior número de exposições individuais: seis ao todo, cinco na Galeria Monumental (1991, 1992, 1994, 1996 e 2000) e uma, com carácter retrospectivo, na sede da Associação Nacional de Jovens Empresários, em Faro, em 1996. Paralelamente, foi presença assídua em exposições estratégicas na afirmação da geração a que pertence, com destaque para “Independent Worm Saloon” (Sociedade Nacional de Belas-Artes, Lisboa, 1994), “Wallmate” (Cisterna da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, 1995), “Greenhouse Display”, “Jamba”, ou “O império contra-ataca” (Galeria Zé dos Bois, Lisboa, e La Capella, Barcelona, 1998). Ainda no capítulo das exposições colectivas, organizadas ou não segundo uma lógica de afinidades e cumplicidades geracionais, vale a pena referir também “Faltam Nove para 2000″ (Galeria da Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa, 1991), “20000 minutos de arte no Técnico” (Instituto Superior Técnico, Lisboa, 1994), “Inter@ctividades” (Palácio Galveias, Lisboa, 1997), “Biovoid” (Sala do Veado, 1998), “Observatório”, “Espaço 1999″, “Air Portugal” (”Bienal de Londres”, Shoreditch Town Hall, Londres, 2000), “Gotofrisco” (Southern Exposure, Sister Spaces, Galeria ZDB, São Francisco, 2000), “Comunicantes/Contaminantes” (SNBA, 2000), “Videonica” (Galeria Fernando Santos, Porto, 2001), “Electric House” (”WC Container”, Artes em Partes, Porto, 2001) e “321m2″. Pontualmente, interveio como comissário, ao lado de Alexandre Estrela (”Wallmate”), e como organizador, ao lado de João Simões (”Air Portugal”). “Slow Motion” apresenta uma retrospectiva do trabalho de Miguel Soares com recurso ao vídeo. Na galeria da ESTGAD, são alternadas, numa projecção, duas obras relacionadas com o universo dos jogos de computador: Your Mission is a Failure, que pôde ser vista na Galeria Monumental, em 1996, assim como nas colectivas “Inter@actividades”, numa versão substancialmente diferente, e “Papel de Parede”, no Centro de Arte de São João da Madeira, ambas em 1997; e Barney Online, mostrada, em 1998, nas colectivas “Biovoid” e “Observatório”. Ainda na Galeria da ESTGAD, são alinhadas, numa segunda projecção, as seguintes peças de animação 3d: Time for Space, apresentada já por quatro vezes, primeiro na exposição individual de 2000, depois nas colectivas “Gotofrisco”, “Air Portugal” e “Videonica”; Archibunker Associates, integrada em “Comunicantes/Contaminantes”; e GT, vídeo inédito realizado a partir de uma sequência de imagens que fez parte da peça Play/Pause do grupo Pogo Teatro (Lux, Lisboa, 2001). No espaço da Rua do Hemiciclo, são apresentadas três obras recentes, duas delas inéditas: Untitled (two), já mostrada na Bienal de Faro, no ano passado, Expecting to Fly e Fire!. Your Mission is a Failure 1996 Vídeo, som, cor, 25′ Barney Online, Slipgate Remix 1997 Vídeo, cor, som, 6′32” Time for Space 2000 Projecção vídeo de animação 3d, som, cor, 5′ (loop) Archibunk3r Associates 2000 Projecção vídeo de animação 3d, cor, som, 7′50” GT 2001 Projecção vídeo de animação 3d, cor, som, 4′ Untitled (two) 1999 Vídeo, cor, som, 6′50” Expecting to Fly 1999-2001 Vídeo, cor, som, 3′40” Untitled (fire) 1999-2001 Vídeo, cor, som, 2′54” Da janela de sua casa, segurando a câmara de vídeo na mão, Miguel Soares registou situações violentas que vieram sobressaltar noites passadas frente ao computador: a agressão entre um casal; um carro capotado na avenida deserta, que surpreende uma pessoa durante o seu jogging matinal; e um homem que tenta desesperadamente, e em vão, apagar um incêndio. Com base nestes registos, em tudo semelhantes aos vídeos amadores que as televisões exibem para dar conta de acontecimentos chocantes, o artista realiza três obras em que a crueza da realidade se abre à ficção e ao delírio poético. Miguel Wandschneider Electric House, Edifício Artes em Partes, Oporto2001.May
Electric House – WC container Edifício Artes em Partes exhibited works: untitled (wc) 321m2, CAPC, Coimbra2001.Feb
321m2 – Trabalhos de uma colecção particular February > April, 2001 exhibited works:
Play-Pause, Lux, Lisbon2001.Feb
Play-Pause February 6 > 21, 2001 triple video projection, aprox. 30 min. of 3D animation. |
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